13 de nov. de 2012

Eu aprendi que..


Que fique claro, não me considero velha. De forma nenhuma. Amo estar vivendo os 20 e poucos anos, apesar de todos ônus dessa fase. Todas tem, no final das contas. Enfim.
Mas, desde os meus 12 anos mais ou menos, aprendi e mudei um bocado. Por isso, eu uso o termo quando eu era mais nova. E com ele, começo mais uma reflexão.

Porque, quando eu era mais nova, eu acreditava que eu precisava ser gentil, educada, atenciosa, amiga e companheira com todo mundo. E que todo mundo precisava gostar de mim. Digo, todo mundo mesmo. Por nenhum segundo sequer eu levava em consideração expressar meus reais sentimentos, porque se fossem condenáveis, não deveriam existir. Então, engoli sapos, enterrei mágoas, e muitos discursos morreram no espelho. Porque, acima de tudo, eu acreditava que as pessoas precisavam me aprovar, porque isso significava que eu era alguém admirada, querida, amada, respeitada. Um conto de fadas.

Enquanto acreditei nisso, consegui ser feliz, mas em intensidade muito menor. Digo, tristezas existem sempre, mas naquela época, eu nem as colocava pra fora. Não podia parecer fraca. Não, tinha que ser forte. De certa forma, aprendi muito. Amadureci muito.

Mas, minha vida começou a me pertencer de verdade quando eu deixei essa ilusão pra trás.



Com o tempo, eu entendi que, por mais gentil que você seja, sempre vai ter alguém pra te achar estúpido e mal educado.
E, por mais justo que você tente ser nas suas decisões e na sua vida, alguém vai te julgar egoísta, injusto e irresponsável.
Por mais responsabilidades que você assuma, nunca vai se sentir admirado o suficiente.
Que, se pra um alguém você é especial e único, pra outro alguém, você não significa nada exceto uma história na linha da vida.
Que por mais amiga que você possa ser, você não vai conseguir ser amiga de todo mundo. 
E aqueles que não te conhecem, vão te pintar de falsa e invejosa.
A sua vida, e suas decisões, nem sempre vão ser compreendidas. 
Suas escolhas, constantemente contestadas.
Seus sonhos poderão vir a ser tratados como um documento seguindo um protocolo. E você pode correr o risco de perdê-los, se não lutar por eles.


Nascemos e vivemos em sociedade. Precisamos do convívio social. Mas isso não significa que ele seja sempre como deveria ser. Inclusive, não significa que você deva ser como os outros gostariam que você fosse.

A sua argumentação mais extensa não é capaz de expressar ou conter sua identidade, a ponto de que outro entenda apenas ao ler/ouvir. Anos de terapia, e nem mesmo seu terapeuta vai te entender, como você mesmo é capaz de se compreender.


Contudo, enquanto você depositar nos outros a capacidade de julgar e decidir seus caminhos, aquele grito dentro do peito, de uma conquista muito almejada, não vai acontecer. Porque, sem a liberdade para decidir quem e o que você considera algo a ser alcançado, nem a vontade vai existir, em primeiro lugar.


E os outros? Bem, eles sempre vão estar lá. 


Mas, quando entendi a finalidade do conceito memória seletiva, percebi que, o que não acrescenta, não tem espaço na minha vida.


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