22 de abr. de 2012

Eu quero ter paciência.

Costumo ouvir que eu sou boa conselheira. No geral, eu consigo enxergar a vida das pessoas e as situações pelas quais elas passam com facilidade, consigo me colocar no lugar delas e mesmo sentir um pouco do que sentem. Essa troca torna fácil dizer o melhor caminho a seguir e as alternativas que se lhes colocam.

Contudo, quando se trata de mim, a situação se inverte. 

Porque para conseguir fazer o mesmo, eu preciso sair de mim mesma, e me ver de fora. Esse intento, poucos conseguem. Não costumamos considerar as nossas vidas como instrumento de estudo, como objeto, e a partir, ou melhor, fora dela, tomarmos as devidas notas e decidirmos o melhor a ser feito.
Se poucas pessoas conseguem se colocar no lugar do outro, e assim compreender (ou tentar) seus motivos, ajudar sinceramente e analisar pragmaticamente por estar fora e dentro ao mesmo tempo, pouquíssimas conseguem colocar-se fora delas mesmas. 




Cada ser humano tem suas limitações e possibilidades: para cada um, um desafio corresponde. Sim, e alguns deles são meio quebra-cabeças.




Diariamente, situações se apresentam, e suas soluções dependem de como analisaremos os porquês, quandos e ondes. Não considero alguém melhor ou pior, porque cada cor tem sua preciosidade, assim como cada alguém. Somos diferentes, apesar de buscarmos as mesmas coisas, e também o são os caminhos. Parte da construção do valor humanidade compreende entender e fazer-se realidade dessa verdade, e desses processos. 

Um de cada vez, e todos ao mesmo tempo, o destino ideal seria que contribuíssemos em uníssono para a construção desse futuro de desiguais unidos. 

Enquanto ser crente e esperançoso desse futuro, vou fazendo minha parte, entre caminhos descontínuos, oferecendo o meu ponto de vista a quem o pedir, e ansiando por ouvir de outrem aqueles que não consegui imaginar sozinha. Mas ocasiões se apresentam onde eu espero que de fora venha uma orientação a qual não fui capaz de encontrar. 

A resposta nesses momentos se faz vazia, um eco de vozes dispersas e inaudíveis, que voltam para si mesmas sem me alcançar. Sinto que existem, mas rebatem-se entre si. 

Oi? Alo? Tem alguém ouvindo? Não? Help me!!!!!!! hahahaha

Demorei a entender que, da mesma forma que sou capaz de falar aos que podem me ouvir, um dos meus desafios consiste exatamente em saber lidar com o não ouvir, não por incapacidade, mas sim como forma de crescimento de mim mesma. Não escolhi chegar nesse ponto, mas com certeza dei os passos que me trouxeram a ele, o que me torna tão responsável como se o tivesse escolhido.   

Como dado, essa realidade pode me perturbar em alguns momentos. Balançando a cabeça, as pernas, os cabelos, andando de um lado pro outro, e eis que chega o momento em que sento, respiro fundo, abro meus pensamentos, e as respostas surgem. Ainda que subentendidas, enigmáticas, recalcadas..

E com tudo isso, eu entendi que, das virtudes de outrora e outrem, me vejo ansiando pela paciência






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