1 de jun. de 2011

Desenhei minha casa nova

"Acordei de um sonho. Acabei de levantar e corri pro caderno de desenhos. Sonhei com uma casa nova.

Depois de desenhar o que eu vi no sonho, vim contar o que senti. Ela é grande, de madeira, com decoração leve e com cara de casa de vó. Nada muito moderno, porque modernidade demais acaba afastando a sensação de conforto, de humanidade.

Cheia de livros, guardados nos lugares mais inusitados, e uma sala de estar grande o suficiente para abrigar todos os meus amigos, confortavelmente, e com isolamento de som para que ninguém possa escutar nossas confidências.

Os quartos, sonhei que eram vários, não pensei em números. Imaginei que seriam coloridos, com uma varanda aberta, que desse pro jardim ou para a praia, dependendo do ângulo em que estivessem. De uma forma ou de outra, todos acordariam suficientemente inspirados pra mais um dia de convívio. É uma casa onde compartilharei momentos com as pessoas mais importantes da minha vida, e que nunca ficará vazia.

O meu quarto é espaçoso e confortável, nem muito grande, nem muito pequeno. Com um closet grande o suficiente para que eu possa me olhar no espelho, dançar e cantar nos dias de loucura e chorar sentada no chão sem que ninguém me interrompa. A vida nem sempre é feita de alegrias.

O som da casa é acústico. Está em todos os cômodos. Assim eu posso acordar meus amigos com uma música alegre, ou colocar uma música baixa de ninar, quando meus filhos quiserem dormir.

O sol entra em todos os cômodos, e a luz da lua se amplia onde chega. O espaço no jardim é adequado para uma noite sob o luar, entre pensamentos delirantes e declarações de amor, porque o amor é o alimento do sentimento da casa. Amor entre amigos, entre dois amantes, pais e filhos, irmãos, familiares.

A sensação é de paz profunda e de certeza de que a casa nova é exatamente aquilo que deveria ser. Mais importante do que qualquer arquitetura ou projeto de arquiteto, ela foi desenhada por mim, para agradar a mim e aos que a visitarão, e eu tenho a certeza de que ela será sempre lembrada. Porque a sinceridade e a transparência de seus cômodos, e a sensação que ela passa, são de verdade.

Tenho a imagem, tudo na cabeça. Mas, mais importante que isso, tenho a sensação no coração. É linda de se sentir.

Como é a sua casa?"

Beatrice Cartiller

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