30 de ago. de 2012

Optei pela teimosia. Will you join me?



Nascemos (a depender da teoria, um livro em branco ou não), e ao longo da vida fazemos escolhas, definindo a pessoa que vamos nos tornar. Isso porque não somos, nem devemos ser, a mesma pessoa, todos os dias. A combinação das nossas características psicológicas/emocionais/espirituais são o equivalente subjetivo do DNA. Retirando-se as análises biológicas, químicas e variantes, no que tange a afetarem ou  não a caracterização de um alguém, me atenho somente ao que se refere à consciência – como uma ex-futura psicóloga, essa minha vontade de falar de comportamentos nunca vai deixar de existir.  



Cada experiência carrega pedaços, ainda que pequenos, que compõem a nossa história e tornam o desenho único. Uma forma de nos reconhecermos no nosso passado e no que vivemos, e também uma forma de nos tornarmos reconhecíveis aos queridos que compartilharam, aqui e ali, momentos, significações, lembranças..




Contudo, existem certos pedaços da gente que teimamos em assumir, inclusive pro nosso eu interior. Aquelas características que, independente da qualidade que possuam, nos tornam de algum modo menos agradáveis aos nossos próprios olhos, ou superestimam nosso ego de forma reprovável por outrem.  Todos assumem para si aquilo que acreditam ser socialmente aceitável, porque uma vez assumidos, são externalizados sem dificuldades e sem problemas de aceitação. Dificil mesmo é confraternizar com aquela pequena característica, que nos torna diferentes, e nos expõe, fragiliza, ridiculariza, fortalece - e  outras variantes dos riscos de todo conhecimento que se torna público, ainda mais nos tempos de internet.






Nunca foi difícil ser igual a todo mundo. Dificil mesmo é ser diferente, assumir essa diferença e viver com ela. Quando eu digo viver com ela, quero dizer aceitar, de uma vez, que as singularidades humanas são  ímpares, e exatamente o que tornam duas pessoas, iguais em quase tudo, especiais e únicas.





Pois, toda essa minha argumentação aconteceu para que eu pudesse fazer uma declaração a respeito de mim mesma, esperando ecoar em corações semelhantes: eu nasci e vou morrer sendo uma romântica.


No sentido amplo, estrito, abstrato, concreto. Isso significa, antes de tudo, que eu sou extremamente teimosa. Porque a humanidade insiste em apresentar provas em contrário, mas eu nunca a entreguei o ônus da prova: vou sempre preferir acreditar nas pessoas. Que eu seja traída, enganada, usada, que mintam, que falem, que eu sofra. Vou cair todas as vezes, mas vou continuar acreditando




Acreditando que, imperfeitos que somos, não deixamos de ser capazes de amar ao próximo, de considerar e nos sensibilizar pelo sofrimento do outro, e que podemos ser menos egoístas, sim, mesmo com essa sociedade tendenciosamente individualista. Que amizades verdadeiras existem, que amores sinceros não estão perdidos, que casamentos podem durar a vida inteira, que filhos são bem tratados e amados pelos pais, que irmãos se amam e se respeitam, que podemos parar um tempo da nossa vida para ouvir e ajudar alguém com um problema bem maior que o nosso.






Da mesma forma que a maldade se encontra em toda parte, inundando a vida e a consciência das pessoas, eu acredito que existe algo ainda maior: acredite ou não você, leitor, em Deus – não posso nem quero impor minha crença a ninguém,  é inegável que existe uma energia positiva, uma capacidade a ser ativada, direcionada para o bem, que pode ser regada e cultivada em todas as pessoas humanas.

Pode, sim, estar coberta por anos e anos de sofrimento, de desilusões, de violência, desamor, escuridão.. 

Contudo, uma mão amiga, um apoio inesperado, um olhar caloroso, um sorriso generoso, uma palavra de consolo, um ouvido atento, um abraço apertado... são poderosos. 




Então, este texto não pretende ser conclusivo.



Contudo, resolvi compartilhar minha teimosia, na esperança de encontrar muitos outros teimosos. E dizer-lhes: não desistamos, nem do mundo, muito menos de nós mesmos.




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