31 de mai. de 2009

Jogar-se ou esconder-se?

Odeio essa falsa hipocrisia do medo. Sim, porque mesmo que tenhamos vontades, ele sempre quer tomar o lugar delas pra ser a parte principal. Ele quer se destacar, ser evidente. Te fazer desistir ou te deixar ser e fazer. Isso depende de como você encara tudo que ele proporciona.
Mas, afinal, pra quê? Medo, medo. Se eu pudesse te definir e tivesse Freud como meu espelho, te chamaria de superego. Quantas pessoas, e quantas vezes, não prenderam-se ao falso moralismo que tu pregaste, e viram-se enclausuradas num ciclo vicioso? Com a janela aberta, com as asas saudáveis, mas atrofiadas?
Quantas asas atrofiadas permitiram-se chorar a angústia do não que impuseste?
Será que serei eu uma delas? Vejo, claramente, a tua influência sobre mim. E sei que não sou a primeira, nem a última, muito menos a única. Consigo identificar entre os passantes milhares de corações cansados de abaixar a cabeça. Mas ainda não entendo o porquê. A tua força é tão grande sobre nós que mesmo o mais forte, diante de ti, torna-se covarde.
E eu, o que sou? Te vejo, analiso cada curva da tua expressão, consigo encarar teus olhos frios e inexpressivos, me penetrando e fluindo pelas minhas veias, como uma onda forte e impossível de ser contida. Qual é o teu veneno?
Meus anticorpos não são capazes de destruí-lo. Ele é mutante, mutável. Mas tem horas que eu perco a paciência. Nesse momento estou com total ausência dessa calmaria que me fez aguentar por tanto tempo. Talvez eu nem devesse ter aguentado, mas com que forças?
Agora busco forças pra conter o avanço, milimetrado e calculado avanço, e não as encontro. Desejo ardentemente, do fundo do meu íntimo, revoltar-me contra essa retenção, sair desses muros altos e impiedosos que me cercam e agoniam.
Ah, mas que agonia desesperadora. E agora? Parece-me que uma ventania se aproxima. Para balançar as estruturas, desafiar meus limites, e quem sabe, me trazer forças pra superá-lo, maldito medo?
Porque tens companheiros tão fiéis e inseparáveis? Malditas regras, imposições sociais, repressões, recalcamento freudiano, maldito MEDO!
A ventania já se faz sentir.. e a vontade me diz que me jogue. Mas tu insistes pra que eu me esconda. Quando poderei decidir, finalmente, tranquila e serena, apesar dos perigos de cada uma das escolhas, o que fazer? Que temporal precisa cair para que eu me defina, tome coragem e escolha um rumo? Teria algum deles uma estrada segura?
Meu coração se inquieta de perspectiva. Balança, bate freneticamente no meu peito. Perdi o sono, perdi o desespero, a ânsia do porvir, porque o que está pra vir já se denuncia aos meus sentidos.. E o que fazer, agora, que a ideia pode ser concreta?
Deixo-te me levar, medo, ou revolto-me permanentemente contra tua vontade? Será que serei forte o suficiente pra manter essa revolta? Por quanto tempo?
MALDITA VENTANIA, que seja RÁPIDA, INDOLOR, E QUE ME MOVIMENTE!

Um comentário:

  1. "Os dias correm, somem
    E com o tempo não vão voltar,
    Só há uma chance pra viver.
    Não perca a força, e o sonho,
    Não deixe nunca de acreditar
    Que tudo vai acontecer."
    [Rosa de Saron]

    pra nós super heheheheh bjo

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